"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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sexta-feira, 30 de março de 2012

ANTILEGOMENA - ou Rígido, o Pessimista

Primeiro Ato. Na Academia do Relativismo.
    (Ufa! Que alívio. Enfim resgatado -do confinamento de uma senda estreita- e higienizado da clausura. Que dia. Que dia!)
    Finalmente, outro orbe se descortina! Novel campo semântico, entronizado por heroico inclusivismo – ah, não mais me esforço em dirimir sofismas, eis que fulgura, esfuziante, efusiva chave hermenêutica, a me libertar do radicalismo de uma verdade!
    Obrigado, douto Pangloss, por me fazer enxergar meu patético sectarismo, em preceitos tão mesquinhos porquanto absolutos! (Algures consternado, o imbecil titubeia, porém reconhece - como condorniz abatida pela rapina - sua precipitação pelos encantos do livro preto.)
    “E levando cativo todo pensamento à obediência ao Filho do Homem...” Combati o bom combate, mantive eu a fé? Qual nada, ai de mim, se fui pedra de tropeço aos pequeninos. Melhor ter sido lançado ao fundo do mar! (Maldita a noite de minha concepção, desprezível o dia em que fui parido!)
    Ah, ardem-me nervos e ossos. Como fui parvo, insensível e cruel, ao rechaçar com veemência doutrinas outras, por considerá-las variação barata do advento A. Em meu empedernido coração, não as contava senão menos que palimpsestos canhestros. (Mas, ei, acorda, sua besta, quem se importa com a originalidade literária? Somos filhotes embevecidos do livre pensar, a congregação ruidosa de todas as vozes!)
    Doravante, não mais persiste a vereda única; tudo é Amor, vivemos a era de indiscriminada associação, celebremos pois a diversidade, quando até mesmo a verdade subsiste no equívoco! (Desterrado foi o Burlador. Haverá maior enleio que seguirmos o Rei sem o desconforto de suas leis?)
    Livres! Finalmente, livres! Bradem os acadêmicos nas praças, enquanto abraço meu irmão enfermo, beijando-lhe a face. (Exultantes, adoramos Alashiva, rufam tamborinos para que todos dancem a polca.)
  (...)
Diálogo da Taberna

Rígido – “Quando Amor se declarou, expressamente, aos habitantes terrenos?”
Pangloss – “O primeiro e mais pormenorizado relato, que a História nos comprova, encontra-se em A., o livro preto.”
Rígido: -“Meu bom teatrólogo, se as duas outras maiores doutrinas (sob aspecto do número de adeptos), logo após a Primeira, têm seus manuais ou baseados no livro preto (portanto, no manual da Primeira), ou simplesmente afastando por completo a revelação expressa do Amor... Como considerar, pela dialética da pertinência dos conjuntos, as frações maiores que a unidade?” (Em termos lógicos, se A= revelação normativa, B= A/3 e C=A/5, como pode ser A< B+C?)
-Pangloss – “Chega. Essa merda não serve pra nada.”

Final de encontro. O tolo é afastado. Aplausos.

("Crianças, aprendam: todo proselitista enseja virulento terrorista. Todo purista não passa de um vigarista.")

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:2)

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