"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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sábado, 11 de fevereiro de 2012

UM POUCO DO GETSÊMANI

    Sou despertado de madrugada, quase no horário clássico das feitiçarias. O dia foi quente e desconfortável.
    Durante a tarde abrasiva, caminhei pelo centro da cidade. Passos pesados, algo titubeantes. O rosto suava, em um semblante carregado por uma lamentação árida. De um pequeno deserto. Desolador e cáustico.

    As ruas estavam bloqueadas para o trânsito, ocasião em que foram instaladas diversas arquibancadas metálicas. Ao passar próximo dessas fileiras, quase com a face retorcida (tomada pelo repúdio), reúno esforços para protestar contra aquela desgraça. Logo mais seria, oficialmente, iniciada a festa da carne. A cada quadra, sigo mentalmente clamando: “Jesus Cristo, envia teus anjos!” Uma batalha virulenta seria travada logo mais. Com pressa, atravesso o seu campo.

    Talvez você considere exageradas as – lamentavelmente, poucas – vozes que se insurgem, contra o carnaval de rua neste município. Afinal, trata-se apenas de um festejo popular, enriquecedor da cultura nacional. Ou nem tanto assim... Talvez você não esteja observando os reflexos da algazarra no mundo espiritual. Pois no momento em que as autoridades constituídas, publicamente, apreciam a nudez, sensualidade, travestis, pessoas embriagadas e entorpecidas... De sorte a oferecer, em uma cerimônia, a “chave da cidade” ao emérito “rei dos foliões”... No momento em que as famílias (pais, crianças e jovens) formam plateia a saudar a ausência de decoro... Em que a moralidade mínima parece ser revogada, coletivamente, por alguns dias no território desta imensa nação... O que nos difere de Sodoma e Gomorra?

    Fui acordado, de chofre, sem motivos aparentes. Abro as janelas e verifico uma escuridão incomum. A noite está mais negra, barulhenta e tomada pela fumaça. Ouço gritos. E os tamborins das escolas de samba, a poucas quadras. Para mim, soam como os repiques dos campos de batalha. Recordo que, na abertura oficial do desfile, foi queimada uma longa e estrondosa carga pirotécnica. A mim, explosivos de uma guerra de muitas, muitas baixas.

    A depravação tornou-se espetáculo. Nesse ritmo, talvez em alguns anos o próprio Código Penal pátrio estará suspenso, durante a semana libertina. Sei do que estou falando. Quando jovem, cheguei a trajar o uniforme abjeto do maligno. Nas sucursais do inferno – os reptícios blocos de carnaval - vi e participei de imundícias deploráveis, orgias repugnantes, minhas inomináveis cicatrizes mentais. Para infortúnio de várias gerações, poucas também foram as vozes a alertar a juventude contra aquele veneno sedutor.
Tento retomar o sono. Somente após o alento revigorante da Palavra, socorro bem presente, poderosa bênção de quem nos garante a vitória (remindo o tempo, pois os dias são maus).
 
- No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.   (Efésios 6:10-12)