"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NON HIC ET NUNC

... Pois haverá dias em que serei uma ovelha instada pelo Pastor. O perigo será grande e iminente. Mas deverei reconhecer a voz do meu Senhor: “Vá. Sou contigo.” Serão dias de um pequeno Davi a confrontar a morte certa; de um Jó arrasado sem nada a entender, a desejar ter nascido morto; de um Pedro a negar seu Mestre, sem saber que terá uma segunda chance.
            Sim, nesta vida, não fui separado para repousar no conforto físico. Pois terei dias em que o vento secará minhas lágrimas, e o céu estrelado será testemunha silenciosa de minhas mazelas.
            Pois, na realidade, todos os dias - cada minuto que me foi concedido – devem pertencer ao autor e consumador da minha fé!

      (Hebreus 4:9) - Portanto, resta ainda um alento para o povo de Deus.

(Marcos 2:17) - E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento.
(Deuteronômio 31:8) - O Senhor, pois, é Aquele que vai adiante de ti; Ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes.
(Salmos 31:3) - Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Anotações (II)

Lembretes natalinos (excertos de Max Lucado, in "Moldado por Deus"):
- Cinco em cada nove pessoas são hipnotizadas pela rotina. A maior trapaça mortal de Satanás não é a de nos roubar as respostas, mas sim a de nos roubar as perguntas.
- Pois cada provação é uma lembrança de que Deus está te moldando (Hebreus 12:5-8). Lembre-se, é desastroso não ter provações.
- O QUE SUA VIDA DIZ SOBRE AQUILO EM QUE VOCÊ CRÊ?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CONTRA A “LEI DA PALMADA”

   Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou a chamada Lei da Palmada, que –entre outras medidas- proíbe os pais de imporem castigos físicos aos filhos.
Será mais uma lei a ser ignorada pela população? E quanto ao povo evangélico, deverá alargar escrutínio axiológico ao enorme acervo normativo desta República? Eis alguns destaques, com decorrentes observações pessoais.

"Na educação de crianças e adolescentes, nem suaves palmadinhas nem beliscões, nem xingamentos, nem qualquer forma de agressão, tenha ela a natureza e a intensidade que tiver, pode ser admitida", afirmou a relatora (deputada Teresa Surita, do PMDB de Roraima) no parecer lido na Comissão Especial.

Contra-argumento: Parece-me temerário o zelo da relatora, ao defender a extinção de toda e qualquer forma de reprimenda com potencial “agressivo”, independentemente de sua intensidade. Afinal, por esse prisma, até mesmo uma advertência verbal poderia ser algo constrangedor – e, portanto, abominável aos olhos superprotetores da legislação. Com efeito, um adolescente de 17 anos de idade e 92 quilos de efervescência, ao tripudiar um professor “malvado” que, inexplicavelmente, não o “aprovou de ano”, não mais poderá ser admoestado pelo corpo docente, com grosserias clássicas do tipo: “por gentileza, meu jovem, queira afrouxar suas mãos de minha garganta, está bem?”

   A presidente da Comissão Especial, Érika Kokay (PT-DF), defendeu a proposta. "O castigo corporal só muda o comportamento na frente do agressor. Não é um mecanismo eficiente de convencimento, porque não muda a conduta de quem é agredido. Quem é agredido aprende a resolver conflitos através da violência e a subjugar o mais fraco."

Contra-argumento: Por esse sofisma, as situações-limite devem ser contornadas com lembretes (verbais ou escritos). Ademais, se o castigo corporal “não é um mecanismo eficiente de convencimento, porque não muda a conduta de quem é agredido”, sugiro que implodam todas as penitenciárias do país, bem como desarmem polícias e forças armadas...

   Reconheço que existem, deploravelmente, casos de abuso e maus tratos, contra crianças e adolescentes. Todavia, tais crimes já estão previstos pela legislação vigente, e sua prevenção não pode abarcar uma educação puramente ideológica.

   E também compreendo que há relatos diversos, de pessoas que declaram ter sido bem disciplinadas, por seus parentes e professores, com ausência de medidas agressivas. Posso concluir, entrementes, que são exceções de uma regra cada vez mais avassaladora: ou as crianças aprendem, desde cedo, noções precípuas de limite físico aos seus atos e volições (por meio do amor disciplinador dos seus entes próximos), ou receberão a lição tardiamente. Por estranhos que provavelmente não demonstrarão compaixão, ao aplicarem sanções mais graves...

   Enfim, lamentavelmente, a violência e variáveis da agressividade são elementos intrínsecos da natureza. Precisamos, pois, sublimá-los de maneira producente, em vez de tentar eliminá-los por decreto neste plano terreno.

Provérbios 22:15 A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele.

Provérbios 23:13-14 Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma da prisão.

Atos dos Apóstolos 5:29 Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TRECHOS de “Decepcionado com Deus” (Philip Yancey).


“Descobri que para muitas pessoas existe um grande abismo entre o que esperam de sua fé cristã e o que de fato acontece. A partir de um verdadeiro mundo de livros, sermões e testemunhos, todos prometendo vitória e sucesso, elas aprendem a esperar que Deus atue de modo impressionante em suas vidas. Se não enxergam tais intervenções, sentem-se desapontadas, traídas e frequentemente culpadas.”
“Sei que alguns cristãos rejeitariam sem mais nem menos a expressão “decepção com Deus”. Tal ideia é inteiramente errada, dizem. Jesus prometeu que a fé do tamanho de uma semente de mostarda é capaz de transportar montanhas, que qualquer coisa pode acontecer se dois ou três se reunirem para orar. A vida cristã é uma vida de vitória e triunfo. Deus quer que sejamos felizes e prósperos e que tenhamos saúde; qualquer outra condição revela falta de fé.
Foi durante uma visita a pessoas que creem exatamente assim que finalmente tomei a decisão de escrever este livro.”
“Essas perguntas quanto à justiça, o silêncio e o ocultamento de Deus tinham se tornado minhas também, e deram partida à minha busca através da Bíblia. Quando comecei aquela busca, queira um Deus mais ativo, um Deus que ocasionalmente arregaçasse as mangas e interviesse em minha vida com visível poder.  No mínimo, pensei, eu desejava um Deus que não permanecesse tão oculto e calado. Certamente isso não era pedir demais.”
“Encontrei-me com pessoas que usavam expressões do tipo “falei com Deus” e “o Senhor me disse.”  Algumas vezes eu também falava daquela maneira. (...) Será que o Senhor de fato me disse alguma coisa? Nunca ouvi uma voz nem tive qualquer prova acerca de Deus, que eu pudesse ver ou tocar. Ainda assim, eu ansiava por aquele tipo de intimidade.” 
“Talvez eu estivesse apenas aprendido a imitar os outros. Comecei a imaginar se não estava vivendo às custas das experiências de outras pessoas.”
“Algumas pessoas têm grande saudade dos “velhos bons tempos” do Antigo Testamento, quando Deus usou uma estratégia mais óbvia e visível.  O Antigo Testamento fala de um encontro de verdade assinado por Deus, em que garante segurança e prosperidade físicas, sob certas condições; o Novo Testamento não oferece um contrato assim. A mudança da presença visível de Deus no deserto para a presença invisível do Espírito Santo envolve igualmente um certo tipo de perda. Perdemos a prova clara e certa de que Deus existe. Hoje em dia, Deus não paira sobre nós numa nuvem que podemos fitar quando buscamos renovar nossa confiança. Para alguns, como Richard, essa parece de fato uma grande perda.”
“Êxodo descrevia o próprio mundo que Richard almejava! Mostrava Deus entrando quase que diariamente na história humana. Mostrava-o agindo com absoluta justiça e falando de tal forma que todos podiam ouvir. E mais do que isso: ele até mesmo se fez visível”
“Continuei lendo, vasculhando os livros de Josué e Juízes para ver os resultados dessa aliança baseada num sistema “justo” de retribuição e punição. Num prazo de cinqüenta anos, os israelitas tinham-se desintegrado, passando a um estado de anarquia total. Grande parte do restante do Antigo Testamento relata a história deprimente das maldições (não as bênçãos) preditas que se tornaram verdade. Apesar de todos os abundantes benefícios da aliança, Israel deixou de obedecer a Deus e, assim, cumprir as condições estipuladas.
A orientação clara de Deus aos israelitas parece não estimular o desenvolvimento espiritual. Na realidade, isso quase eliminou por completo a necessidade de fé. Esvaziou a liberdade, tornando cada escolha uma questão de obediência, e não de fé. E nos quarenta anos de peregrinação pelo deserto, os israelitas foram tão mal no teste da obediência que Deus se viu obrigado a começar de novo com uma nova geração.
Anos mais tarde, quando os autores do Novo Testamento olharam para aquela história passada, não apresentaram a aliança como um exemplo em que Deus se relacionava com absoluta  coerência e justiça com o seu povo. Ao invés disso, disseram, a antiga aliança servia como uma lição objetiva: demonstrava que os seres humanos eram incapazes de cumprir um contrato com Deus. A eles parecia claro que fazia-se necessária uma nova aliança (um “novo testamento”) com Deus, uma aliança baseada no perdão e na graça.”
A presença visível de Deus nada fez em termos de aperfeiçoar uma fé duradoura.”
“Deus forneceu sinais em abundância aos israelitas, e a fé deles simplesmente se tornou preguiçosa – não mais tinham de crer.”
“Os israelitas são uma grande demonstração de que os sinais só conseguem nos tornar viciados em sinais, não em Deus.”
“Assim como Deus achou quase impossível viver entre um povo pecaminoso, os israelitas acharam quase impossível viver com um Deus santo no meio deles. Se você mal consegue suportar a luz de vela, como conseguirá olhar para o Sol? “Quem dentre nós habitará com o fogo devorador?”, indagou o profeta Isaías. Será possível que, em vez de estarmos frustrados, deveremos estar gratos por Deus estar escondido?”
(Em Salomão, vemos que...) “O sucesso do reino deste mundo havia provocado um desinteresse no Reino de Deus.”
“Os sinais e maravilhas dos dias de Elias (como aqueles ocorridos no Monte Carmelo) foram um instante isolado na história, sem qualquer efeito real de longo alcance sobre os israelitas. Não irrompeu qualquer reavivamento avassalador.”
 DA DELEGAÇÃO:
“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?”, escreveu Paulo aos indisciplinados de Corinto. Para os judeus, é claro, o templo era um edifício de verdade, o local central na Terra onde habitava a presença de Deus. Será que Paulo estava afirmando que Deus havia se mudado?
Na Bíblia aparecem três templos e, reunidos, ilustram uma seqüência: Deus se revelou primeiramente como Pai, então como Filho, e finalmente como Espírito Santo. O primeiro tempo foi uma estrutura magnífica construída por Salomão e reconstruída por Herodes. O segundo foi o “templo” do corpo de Jesus (“Destruí este santuário” , disse, “e em três dias o reconstruirei”). E agora tomou forma um terceiro templo, construído a partir de seres humanos.”
Num ato de delegação quase inconcebível, Jesus transferiu o Reino de Deus a pessoas como seus discípulos – e para nós.”
“Deus assumiu esse risco, e, porque o fez, o mundo o conhecerá basicamente através de cristãos. A doutrina do Espírito Santo é a doutrina da Igreja: Deus vivendo em nós. Tal plano é a “loucura de Deus”, como diz Paulo numa passagem, e o escritor Frederick Buechner se maravilha diante da “loucura”: “Escolher para seu santo trabalho no mundo... mentes aleijadas e desajustados e intransigentes e santinhos e pedantes e excêntricos e egomaníacos e acanhados e libertinos disfarçados.”  “Porque a loucura de Deus”, prossegue Paulo, “é mais sábia do que os homens.”
“Mas na era do Espírito, Deus delega sua reputação, até mesmo sua essência, para nós. Nós encarnamos Deus no mundo; o que acontece conosco acontece com Ele.  Deus faz sua obra através de nós. “Sem Deus, não conseguimos. Sem nós, Deus não fará”, disse Agostinho.”
“Se você quer ver a Deus, então olhe para as pessoas que pertencem a ele – elas são o seu Corpo. São o Corpo de Cristo. “
Uma grande parte da decepção com Deus tem raízes na desilusão com outros cristãos.”
“A romancista cristã Dorothy Sayers disse que Deus submeteu-se a três grandes humilhações em seus esforços por resgatar a raça humana. A primeira foi a Encarnação, quando vestiu as limitações de um corpo físico. A segunda foi a Cruz, quando sofreu a ignomínia da execução pública. A terceira humilhação, Sayers sugere, é a Igreja. Num impressionante ato de autonegação, Deus confiou sua reputação a pessoas comuns.”
“A última Voz é tão próxima quanto um sopro, tão suave quanto um cochicho. É a mais vulnerável de todas as Vozes, e a mais fácil de se ignorar. A Bíblia diz que se pode “apagar” ou “entristecer” o Espírito (tente apagar a sarça ardente que falou a Moisés ou as rochas derretidas no Sinai!) Entretanto, o Espírito também é a Voz mais íntima e pessoal. Em nossos momentos de fraqueza, quando não sabemos o que devemos orar, o Espírito que vive dentro de nós intercede em nosso favor com gemidos que palavras são incapazes de expressar.
O Espírito não irá retirar toda frustração que sentimos para com Deus. Os próprios títulos dados ao Espírito – Intercessor, Ajudador, Conselheiro, Consolador – presumem que existirão problemas.”
E a Bíblia mostra um claro avanço nos esforços divinos em chegar até os seres humanos sem vir a constrangê-los: desde Deus Pai, que pairava paternalmente sobre os hebreus; passando pelo Deus Filho, que ensinou a vontade de Deus “de baixo para cima”, ao invés de fazê-lo de cima para baixo; e finalmente até o Espírito Santo, que nos enche com a presença literal de Deus. Nós que vivemos agora não estamos em desvantagem, mas somos maravilhosamente privilegiados, pois Deus escolheu depender basicamente de nós para executar sua vontade na Terra.”
SOFRIMENTO E O MUNDO ESPIRITUAL:
“Deus não está sendo julgado no livro de Jó. É Jó que está em julgamento. O temo do Livro não é o sofrimento: onde Deus está na hora da dor? O prólogo tratou dessa questão. O tema é a fé: onde Jó está na hora da dor?”
“Será que uma pessoa consegue crer, sem desespero, mesmo quando Deus lhe parece um inimigo? Ou será que a fé é apenas mais um produto do ambiente, da cultura e das circunstâncias?”
“Queremos crer que as mil e uma escolhas fáceis e difíceis que fazemos diariamente têm, de alguma forma, um valor. E o Livro de Jó insiste que elas têm; a fé de alguém pode fazer a diferença.”
“Aprendi a não confundir Deus com a vida. Eu me sinto livre para amaldiçoar a injustiça da vida e para dar vazão a toda minha tristeza e ira. Não o culpo (Deus) pelo que aconteceu.”
(Em Jó vemos que...) “sua fé deixou de ser uma “fé contratual” – “Seguirei a Deus se ele me tratar bem” – para ser um relacionamento que podia transcender qualquer dificuldade.”
Ninguém está isento da tragédia ou da desilusão – o próprio Deus não esteve isento. Jesus não ofereceu qualquer imunidade, nem qualquer caminho para escapar da injustiça, mas, em vez disso, um caminho para atravessá-la até chegar do outro lado.”
“Deus, por que estás me tratando de modo tão injusto?”, Jó choramingou o livro inteiro. “Põe-te no meu lugar.” “NÃO!!!”, Deus troveja em resposta. “Ponha-se você em meu lugar!”
“Para tais pessoas, presas no presente, decepcionadas com Deus, a Bíblia oferece dois tratamentos: lembrar do passado e considerar o futuro.”
“Fé: você nunca culpa a Deus pelas coisas ruins, mas ao mesmo tempo lhe dá crédito pelas coisas boas!”
“E também podemos experimentar “períodos de neblina”, quando Deus permanece calado, quando nada funciona de acordo com o convencionado e todas as promessas da Bíblia parecem ostensivamente falsas. A fidelidade significa aprender a crer que, fora do perímetro de névoa cinzenta, Deus ainda reina e não nos abandonou, não importam as circunstâncias.”
Num certo sentido, a natureza humana precisa mais de problemas do que de soluções.”

(Observe como...) “Geralmente, muitas respostas impressionantes a orações vêm no início, antes da conversão, ou logo após.”

“Se fôssemos mais fortes, talvez fôssemos tratados com menos ternura. Se fôssemos mais corajosos, talvez fôssemos enviados, com bem menos ajuda, para defender posições bem mais críticas na grande batalha.”

“Quando Deus parece ausente, pode estar mais perto do que nunca.”

“Deus está calado? Respondo a essa pergunta com uma outra: A Igreja está calada? Nós somos seus porta-vozes, as cordas vocais que ele designou neste planeta.”
“Os porquês são perguntas válidas, não sintomas de uma fé fraca – são, na realidade, tão válidas que Deus tomou providências para que a Bíblia incluísse todas elas.”
“Como Jó, podemos aprender que, do “outro lado”, está acontecendo muito mais do que talvez suspeitamos. No mundo natural, os seres humanos só recebem cerca de 30% do espectro da luz.”
“Se você não consegue compreender o mundo visível em que você vive, como tem a ousadia de esperar compreender um mundo que nem pode ver?”
“Algo bem mais importante do que a felicidade esteve em jogo aqui.”

Máximas:
“Seus discípulos têm de parecer mais salvos para que eu creia em seu Salvador.” Friedrich Nietzsche
“A perseverança não é apenas a capacidade de suportar uma coisa difícil, mas de torná-la em glória.”  William Barclay
“Crer que o sobrenatural é, aqui e agora, a maior das realidades.”  T.S. Eliot
“Onde já não há qualquer oportunidade de dúvida, também já não há qualquer oportunidade de fé.”  Paul Tournier
“Não se esqueça nas trevas do que aprendeu na luz.” (Livro de Jó)

ANOTAÇÕES


 Ilações germinadas:
            -  Começo a supor uma qualidade de “semi-impassibilidade” de Deus, isto é, sua interatividade zelosa pelos humanos, a despeito de sua incapacidade de emoções (afinal, para se sentir uma emoção é preciso uma descarga de estímulos sensoriais, ou ainda ser surpreendido por uma provocação sensitiva. Dessarte, como onisciente e eterno, isso seria incompatível à natureza divina). Talvez, sua representação de “ira” (v.g., face ao pecado) ou “alegria” (v.g., face ao arrependimento sincero do pecador) seja figura de linguagem, como sinais comunicativos, adaptações ou acomodações antropomórficas para que tenhamos referências de dasaprovação/aprovação.

         -  Observo o aparente silêncio de Deus, como ferramenta de desenvolvimento da fé. Pois não podemos permanecer como crianças no berço, as quais têm a presença física imediata dos pais, ao menor dos seus chorinhos. Somos ovelhas do rebanho do Bom Pastor, mas também somos os seus soldados, na guerra contra potestades e principados do mundo espiritual. 
             Lembremo-nos dos hiatos temporais, de QUATROCENTOS ANOS, entre os livros de Gênesis e Êxodo, bem como entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Deus estaria “dormindo” nesses oito séculos?
            -  Pelo advento de Jesus Cristo, Deus tem simpatia (sym pathos, “sofrer junto”) com nossas fraquezas. Ele realmente as conhece. Contudo, assim como ocorreu no Getsêmani, há momentos em que a prioridade de um propósito do Alto nos nega, temporariamente, a solução das dores e problemas. E isso, verdadeira – e na maioria das vezes, também inexplicavelmente – opera para o nosso bem.  Por meio disso podemos ter certeza de que TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DAQUELES QUE AMAM A DEUS.
            -  Portanto, às vezes viveremos certa calmaria e bonança. Isso pode ser bom ou ruim...  Como haverá lapsos em que passaremos por aflições... Isso também poderá ser bom ou ruim!

REBUILTING ME

“Na verdade falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.” (Jó 42:3)
            Experimento importante passo, na jornada da fé. Como lânguida alvorada, uma claridade sutil afaga a névoa do orvalho dentro de mim. “Porque eu sei que o meu Redentor vive.” Quase intuitivamente, agito-me em remover obstáculos no curso dessa luminosidade. Revejo conceitos e pontos de vista, arremesso entulhos, tento limpar o terreno. Com premência, é necessário menos de mim (ou do mundo).
                  Ansioso pelo socorro... Mas no silêncio Ele também trabalha.
             (...)
          Enfrentava problemas, com uma pequena sucessão de desertos. Já me sentindo um papagaio, a repetir sempre as mesmas orações (teria deixado de dialogar com o meu amigo Jesus?) – a maioria delas, convergindo no desejo de um relacionamento real com Deus e de que eu fosse um servo fiel. O que parecia ser uma crise culminou no dia do meu aniversário: pedindo por soluções, sentindo-me um pequeno fracassado de quarenta anos, recebo mais um problema (e uma parada indigesta, por sinal). Parecia cena de comédia, não fosse o dissabor profundo. Algo do tipo: uma sequência de desconcertos, olho para cima, com ares de súplica veemente. Câmera enquadra o rosto do panaca. E o que vem é apenas um cagado de pombo em sua testa.
            Foi quando tudo parecia dar errado, e a ajuda da cavalaria estava cada vez mais remota. No silêncio, sem testemunhas, mansa e discretamente. A epifania encontra a casa desarrumada, portas escancaradas, varão abatido. “As coisas deste mundo... São para este mundo!”

SENHOR JESUS CRISTO, no dia ruim em que eu me desgarrar dos teus santos, seja a tua luz a me resgatar, pois sou teu, integral e irreversivelmente teu. Vem, meu Redentor, na grande noite sombria de minha alma, pegar-me em teus braços, tirar-me das profundezas frias e escuras do inferno em que eu me encontrar. Pois aquele que um dia aceitou ser salvo por tua graça, ofertada pelo sangue excelso na cruz, esse o Pai não negará em sua morada.  Apesar de tudo, estou pronto para perdoar em qualquer hora que seja.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

JUCA, O FILHO (da p.) DO BRASIL

        Após assistir – pela metade, confesso, pois não suportei tanta proficiência – a uma propaganda eleitoral cinematográfica, na televisão (mal)dita aberta, fui assombrado por mais uma receita caseira para se dar bem. Algo tão simples que beira o chulo, porém eficaz. Tudo muito tangencial, como a cornucópia de escândalos impunes deste país. Entrementes, de êxito incontestável, segundo a Economia.

        Eita ferro, algo tão evidente e plausível! Essa epopeia poderia acontecer até mesmo com um caboclo estúpido como eu! Senão, vejamos: eu deveria, num ato de gênio da raça, inverter os valores publicitários (com breve licença do oxímoro) – ao fazer de minhas ululantes hipossuficiências (leia-se defeitos), azo para um orgulho de ser autêntico (leia-se grotesco), conhecedor verdadeiro do povão, afinal, carrega os mesmos vícios.

        Como ponto de partida, deveria atuar no Sindicato dos Escritores Xexelentos e Obsessivos (SEXO), talvez amputar uma parte da orelha, cultivar um bigodaço tipo exportação (Olívio Dutra passaria fiasco), fazer carreira como carismático articulador em conflitos de interesses, mesclando demagogia, populismo e um ar de peão da família. Com o tempo – e algum patrocínio, seria alçado a proxeneta do erário... Qualquer úbere federal estaria de bom tamanho e, quem sabe, com muita sorte minha (ou azar alheio), seria laureado com honrarias internacionais, como benemérito paladino das causas sociais do terceiro mundão, ou até mesmo uma cadeira cativa do colorado – e, de quebra, beneficiário de uma polpuda aposentadoria precoce.

        Mano, viaja comigo na maionese... Isso não seria muito difícil de acontecer, seria?

(...)

        Contudo... Chega de delírios, velho Juca. Tarde demais pra ti, agora que já cursaste faculdade e pós-graduação, oriundo de um lar de classe média, atrelada a valores morais, éticos e religiosos, vítima não da estiagem do sertão, mas da inócua formação acadêmica. Não foste um retirante ao estilo pau de arara, mas um vil estudante bilíngue desprovido de carteirinha da UNE, leitor voraz - redator anoréxico, inobstante - cujo perfil, algo profligado elitista, não favorece a uma candidatura. Agora, filho, se fossem fazer um filme sobre tua vida, provavelmente seria uma sonolenta pornochanchada. ...Pois quando nasci, um garçom manco, desses que vivem na noite, disse: Vai, seu Carlos, registrar teu filho Juca no Cartório do Brasil.
                                                                                                                                  Arriégua, Xexéu


É, negrinho, este é o país da CORRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRUPÇÃO! Bra-siu-siu-siu!

Parafraseando Sartre, em Brasília: corrupção os outros!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RESENHA TEOLÓGICA – testimonium Spiritus sancti internum

ENSAIO UM:


Via de regra, a mente de uma criança não logra entender a de um adulto. Compete a este, pois, “abaixar-se” ao nível de compreensão do infante (muitas vezes, lançando mão de recursos linguísticos, tais como alegorias, metáforas, reducionismos, etc.). Com a humanidade (em tempos muito remotos, é bom frisar-se) e Deus não foi diferente.


Ao longo da Bíblia, houve uma série de acomodações (ou adaptações cognitivas, cujo zênite se revela no advento da encarnação do próprio Deus Filho, entre os homens. Ainda assim, com emprego ocasional de parábolas em seus ensinamentos).


Após milênios, talvez estejamos mais bem preparados para avaliarmos outras informações, implícitas ou decorrentes dos fundamentos e ideias basilares das Sagradas Escrituras. Um exemplo de provável subsídio, ao avanço no estudo bíblico, esteja no escrutínio comparativo das descobertas científicas e produções literárias. Nessa esteira, cito a noética dos inspirados e o evolucionismo teísta, segundo o qual Gênesis e a teoria evolucionista são compatíveis (a Palavra de Deus emprega, amiúde, figuras de linguagem como o simbolismo e a conotação).


Particularmente, suspeito que existem muitas passagens do Antigo Testamento que são prodigiosas no emprego de acomodações restritas ou ainda reticentes.


Contudo, devemos ter o cuidado da “analogia fidei”, i.e., o princípio exegético de que textos mais claros das Escrituras devem orientar o curso hermenêutico daqueles mais obscuros.



ENSAIO DOIS:


Nos tempos recentes, a fé cristã encontra grande entrave na filigrana do “assensus”, i.e., na aceitação conceitual das massas sobre as afirmações bíblicas. Todavia, até mesmo “os demônios crêem” (Tiago 2.19), mas não exercitam a fé salvadora em Jesus Cristo. Envolta a discursos democráticos, politicamente corretos em uma busca das pluralidades ideológicas, a fé persistente em um só Redentor, o Messias, cede terreno a um cadinho multicultural, ora panteísta, ora sincrético.


Por conseguinte, muitos acreditam no amor de Jesus Cristo. Poucos o seguem, em espírito e em verdade, guardando os seus mandamentos (João 14:15). Intransigentemente.



ENSAIO TRÊS:


Algumas variações interpretativas foram alçadas – de modo precipitado, senão temerário – a cânones, tais como a assunção de Maria, a concomitância eucarística e a transubstanciação (dogmas da igreja católica). A despeito das celeumas (e de que a fé não dispensa o emprego da razão), evidencia-se um mister premente do ecumenismo, i.e., a tentativa de cooperação mundial entre as unidades que confessam Jesus Cristo como Senhor, por meio das raízes em comum.




ENSAIO QUATRO:


Por ora, aceito os conceitos da transcendência e da imanência de Deus, i.e., sua distinção dentre as criações do Universo, embora esteja intimamente interessado nelas.


Nesse contexto, é intrínseca a tendência humana ao pecado. O corpo é finito, enquanto que a mente é intermediária entre espírito latente e o organismo corrompido.


Acerca da iconoclastia, sou favorável à supressão do uso de imagens como auxílio (?) ao culto de Deus. Os motivos sobejam, desde o Antigo Testamento. Não pode o cristão prestar veneração a um santo, nem tampouco elegê-lo seu intermediário ao Pai, usurpando o papel exclusivo de Jesus Cristo.


Recepciono a teologia apofática, segundo a qual, pelo fato de Deus estar além do entendimento racional, o indivíduo somente poderá conhecê-lo como uma visão de luz interior, a epifania dos inspirados em Cristo.