Tarde mexicana. Apenas os cabrones alcançam o significado do conceito. Quanto a você, turista incauto, considere um céu onírico em seu brilho. Ao redor, pouco movimento, quase tudo lânguido, implícito e oscilante do zen-non sense. Deveria estar na sagrada siesta, sob a penumbra elegante do sombreiro empoirado. Traseiro satisfatoriamente colado à velha poltrona, quando meu semblante pachorrento de labrador disfarça aquele capcioso –ainda que autêntico- gênero blasé. Nada de novo sob o sol tão vívido de San Angel. Algumas moscas pretendem acariciar as cicratizes -ou fastio- em meu rosto. Estes olhos de gringo adormecem, sob a estética de um céu estranho e pacífico. A despeito de não relaxar integralmente; sempre haverá chances para um grupo de paraquedistas-opinadores modificar a paisagem. “A boca é o órgão excretor da cabeça.” Tento permanecer na cada vez mais fugaz catatonia, naquele estado de acolhedor mudismo, enquanto o ambiente trepida pelas altercações de propósito ignorado. Conseguiram. Arriégua, a verborragia enfim me perturba. Ah, Deus sabe a provocação que me assalta, por algumas doses maciças de piedosa tequila! Resisto brava e estupidamente, enquanto transformam minhas bolas em air-bags, enquanto os mugidos reverberam o panorama do Trololó Antigo do Banzé Ancestral... E tudo pareceria tão sábio e edificante, se nos permitíssemos a letargia coletiva, o silêncio sacro de uma sonolência artística – a eximir o testemunho involuntário de estéril barafunda axiológica. Boring to death !
(by Emiliano Zapata)"Quantos reinos nos ignoram!" - Blaise Pascal
"E saber que isso tudo vira nitrato de pó de bosta!" Cleberton Cruise-credo
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