"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O DIA DA COERÊNCIA

           Postulo a inclusão de mais uma data cívica, no calendário pátrio tão impregnado por feriados destituídos de reflexão nacional.  Um dia para lembrarmos, oficialmente, das deturpações sobre valores supostamente entronizados por nossa sociedade  (ora perpassados por  formalidade ou indução comercial, pois o legado da mensagem histórica foi obliterado pelo desuso).
            Ao patrocínio dessa causa perdida, afirmo sua justificativa pelo encalço do significado das convenções, quando fomentamos uma cidadania tíbia e precária. A qual, no mais das vezes, tão somente tangencia – e não resgata – os compromissos éticos emanados de sua história.  Ademais, vivenciamos anos turbulentos em que as aparências  - não o conteúdo - são a prioridade axiológica.
         Observem-se algumas datas, a título exemplificativo:  Dia da Independência, Dia da Revolução Farroupilha e Natal.  Examinando apenas essas três marcantes ocasiões, resto no exílio social, soslaio no país em que o carnaval é o único feriado que deu certo – porquanto se estende ao longo de todo o ano.
         De antemão, reconheço não ser afeito a apologias de natureza nacionalista. Nesse sentido, meu ufanismo bairrista se limita às cada vez mais breves celebrações na área do futebol. Refiro-me antes ao dissenso das paradas cívicas, calcadas pelos estereótipos, por um sentimento vulgo, raso e algo ludibriado da coletividade. Pois neste imenso território “soberano”, a economia é perdulária e não isonômica, as leis não geram justiça, as relações são amiúde contaminadas por corrupção, violência, descaso e insegurança.  O que temos, afinal, a comemorar diante do mundo?
          Olho para minha própria aldeia, uma pequena nação dentro de outra. Boa parte dos gaúchos ainda sustenta grande orgulho de suas raízes culturais. Contudo, a despeito do espetáculo da Semana Farroupilha (quando a indumentária, musicalidade e gastronomia são enaltecidas), alguém ainda se lembra da causa farrapa? Não foi ela deflagrada justamente como resistência premente, corolário de um movimento politizado, na determinação pró-ativa de pessoas sufocadas pelo abuso?  Na época, o estopim ocorreu com a sobretaxação imperial em artigos campesinos, nestas plagas.  E hoje, o que se dizer sobre a carga tributária escorchante e sobre a farra nauseabunda de Brasília? Com que legitimidade poderemos ainda cantar, em alto e bom som, “(...) sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra” ?!
          Perdoem-me pelo dissabor, porém a coisa toda só tende a piorar...  Pois quando analiso a conduta geral, naquele que deveria ser o principal feriado do calendário cristão, verifico que a mercancia enxotou o aniversariante de sua própria festa. Decorre, assim, o desabafo sucinto desse pleito. Quando um brasileiro solitariamente - pelo menos então - exerce seu direito de contextualizar os feriados. No Dia da Coerência. (Sua posição numérica, no calendário anual, é o que menos importa.)
          Um feriado precisa existir como memorial vivo, daquilo que deve ser preservado em todos os dias, por todos aqueles que o celebram.


Enquanto isso...
Patota, assista ao documentário NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR (serviu de base para o TROPA DE ELITE).  Detalhe: a reportagem data de uns dez anos atrás, ou seja, hoje em dia o terror é bem maior, parceiro:  http://youtu.be/EAMIhC0klRo