- Em defesa da Pegida alemã!
“Dois extremos perigosos: só aceitar a razão e negar a razão.” Blaise Pascal
Tenho observado, na conduta popular, que um direito exercido sem regramentos se torna abuso, senão crime. Em paralelo, uma organização ou coletividade que se omite, em demonstrar e combater os excessos das liberdades em seu meio, torna-se conivente pelos resultados, ainda que desencadeados por atividade direta de outrem.
Tome-se o exemplo do direito de livre expressão. Por mais natural e evidente que ele possa parecer, ainda assim o seu exercício não é absoluto ou ilimitado (pelo menos, não na maioria dos estados democráticos). O direito de pensamento ou liberdade de opinião encontra alguns controles normativos, muitas vezes representados pela proibição do anonimato – para que seja assegurada a responsabilidade dos seus usuários, em torno do conteúdo de suas mensagens. Nesse sentido, por essa ressalva são associadas demais restrições, como a não permissão de apologia a ilicitudes.
Recentemente, essa premissa axiomática parece ser rejeitada por muitos setores sociais, quando o assunto é liberdade religiosa. Ora, de antemão é mister que seja novamente entronizado um fato universal, com premência, entre as mídias internacionais de civilizações democráticas, qual seja, que NEM TODO CREDO É PACÍFICO, logo, nem sempre poderemos celebrar um liame pleno de culturas, raças e ideologias, sob o manto isonômico da laicidade.
Por pragmatismo, podemos concatenar que nem todo muçulmano é terrorista, mas todo terrorista do novo milênio é muçulmano. Cristãos, budistas, judeus, taoístas, xintoístas, ritualistas africanos... Ninguém mais além de alguns fanáticos islâmicos foi capaz de explodir pessoas em nome de sua crença. Isso é fato.
Se é mais do que aceitável a proibição de propaganda nazista, por exemplo, por que não se toma idêntica postura empírica, contra o terrorismo disfarçado de religião, existente em alguns grupos de virulento fundamentalismo, como jihadistas e talibãs, sem falar no monstruoso Estado Islâmico?
Vejam que, enquanto no Brasil os evangélicos são constrangidos, acusados de “intolerantes”, “fanáticos homofóbicos”, tão apenas por lembrarem que na Bíblia foram registrados comportamentos considerados como depravação (pecado), em países do Oriente Médio os supostos pecadores são mortos, enforcados ou apedrejados.
Quantos 11 de setembro e Charlie Hebdo, afinal, serão necessários para convencer os teóricos do politicamente correto? Será sábio pechar de xenofobia, racismo e preconceito a cautela de algumas nações, na seleção mais criteriosa da imigração muçulmana?
Interessante refletirmos sobre outro fato, por analogia. No mundo científico, não há qualquer consternação ou nem sequer discussão ética sobre medidas profiláticas e barreiras sanitárias, adotadas com referência a pessoas oriundas de regiões estatisticamente afetadas por epidemias (vide o surto recente do Ébola). No campo da política (e dos academicismos de araque), contudo, a coisa sempre tende a nutrir certo viés libertário e contestador, um cinismo de ocasião. Sobejamente nos debates filosóficos e, por patogenia, na barafunda de uma pátria sem identidade, a hipocrisia faz carreira...
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