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(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Considerações Teológicas acerca da Fisiologia Humana


"Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." Mateus 26:41



O organismo humano é um escafandro, uma roupa de mergulho para o espírito que se encontra muito embaixo dos céus. Portanto, o corpo é um meio material de interferência nesta realidade. Na pressa do cotidiano, amiúde, pouco percebemos que a maioria das emoções não advém do espírito, mas das reações químicas de um complexo mecanismo biológico. Nossos sentimentos, muitas vezes, provocam decisões pautadas por mera satisfação de áreas cerebrais (v.g., serotoninas, endorfinas, etc.). Não por acaso, cada vez mais verificamos atitudes desastrosas, por conta de uma velada ditadura da carne.

Na epístola aos romanos, Paulo evidencia a dicotomia do corpo – um recipiente com afinidades próprias - e o espírito (uma entidade de natureza e operacionalidade menos rudimentares). Vejamos: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio.” (Romanos 7:15) “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.” (Romanos 7:18-19)

Assim como em um treino físico, sentimos dificuldades em correr quando colocamos pesos de ferro em nossos tornozelos. Parece-me válida a ilustração, com referência à função precípua da carne; um empecilho ou óbice que serve para desenvolvimento da fé e da maturidade espiritual, ao fito de alçarmos novos estágios. Concomitantemente, essa aparente incompatibilidade entre corpo e espírito permite-nos experimentar uma liberdade individual das decisões: quer seja pelas razões do espírito, quer seja pelas inclinações corporais.

Em uma perspectiva mais particular, vislumbro a possibilidade de mitigarmos nossas culpas, por meio de uma conduta que assume, publicamente, essa tendência natural. “Errar (pecar) é humano.” Todavia, não podemos ceder ao convite do outro extremo, alegando suposta inocência pessoal diante das tentações, para apontar a culpa exclusiva a causas “externas” (como a influência do diabo, por exemplo).

Por essa ótica – que reconheço ser desprovida de qualquer originalidade, o pecar é inerente de existir, em termos fisiológicos ou orgânicos (com a única exceção de Deus entre os homens, na pessoa do Filho Unigênito, Jesus Cristo). Mas compete ao espírito o desapontamento íntimo e a desaprovação para com o pecado. Eis o bom combate, referido pelo apóstolo dos gentios. Vale dizer, podermos adotar uma atitude menos autodepreciativa, no intuito de exortarmos os nossos próprios esforços - que deverão ser diuturnos - diante de um desafio tão universal. Logo, não há nada de anormal ou escandoloso em sentirmos vontade de criticar pessoas, ou o oposto, quando lutamos contra uma atração sexual. O desejo, o temperamento, isso é um componente arraigado do gênero humano. Não seremos menos santos em confessarmos tais fraquezas. Na verdade, isso até mesmo pode servir como um motivador diagnóstico metafísico.

Nossa dignidade, como povo que participa da misericórdia divina, parece-me estar em reconhecer as nossas mazelas e em tomar posse do perdão ofertado na cruz. Com efeito, proponho uma leitura provavelmente mais holística ou abrangente da condição de criaturas. Nela, declaramos em alta voz a nossa incapacidade para voar com asas próprias, mas assumimos o compromisso de evitarmos os abismos.

Tropeçar e levantar-se. Procurando acertar sempre, compreendendo e praticando a tarefa do perdão. Indispensável, pois, confiarmos nos motivos do Alto, que ainda desconhecemos. Talvez esteja nesse exercício vitalício a essência cristã de negarmos os caprichos carnais, por mais convincentes que muitas vezes se apresentem.

Afinal, acredito que enquanto houver um arrependimento autêntico, haverá esperança. Certamente, pois, que seremos objeto de clemência, por força da Graça incomensurável do Senhor.

“Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"

Jesus respondeu: "Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete.” Mateus 18:21-22

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