"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sábado ou domingo?

    A troca oficial do sábado pelo domingo ocorreu em 321, quando o imperador romano Constantino editou "Que todos os juízes, e todos os habitantes da Cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol." (Ainda na atualidade há correlatos, como no Inglês,  Sunday.)
    O decreto fulcrou a adoração ao Deus-Sol ("Sol Invictus") no Império Romano. Em sua sede, Roma, a religião pagã do Mitraísmo dominava, e seus adeptos se reuniam no domingo. Os judeus, que guardavam o sábado, estavam sendo perseguidos. Muitos cristãos, para escapar dessa ameaça, começaram a guardar o domingo, mormente quando a Igreja Católica também oficializou o domingo, no ano de 364, como "die dominus" ("dia do Senhor") – um dos cânones do Concílio ou Sínodo de Laodiceia (determinação oriunda de trinta clérigos da Ásia Menor).

    De outra banda, pelas Sagradas Escrituras os sabadistas argumentam seu entendimento em passagens como Atos 13:42-44; 17:2 e 18:4. Já os cristãos que defendem o domingo, como dia para ser guardado, amparam-se precipuamente na exegese de que:
1- o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado;
2- Jesus Cristo é Senhor inclusive sobre o sábado;
3- Jesus Cristo ressuscitou em um domingo, rasgando o véu da Lei e inaugurando a era da graça.

    Sobre tal interpretação, atrevo-me a propor o contraponto que segue...

1- Se o sábado foi feito para o homem, e não o contrário, então também podemos dizer o mesmo em relação ao dia de domingo. O epicentro hermenêutico nessa depreensão está em seu contexto bíblico. Pois naquela passagem, parece-me evidente que houve uma crítica à superficialidade e hipocrisia do ritualismo, da religiosidade, da formalidade externa em detrimento ao amor autêntico (portanto, uma detração ao farisaismo, não propriamente ao dia a ser guardado pelos corações sinceramente tementes a Deus).

2- Sim, é verdade que Jesus Cristo, na qualidade de Deus Filho (Emanuel - Deus entre os homens), é Senhor sobre o sábado - como o é sobre o domingo e todas as demais coisas. Ainda assim, vale lembrar que Ele guardava os sábados, como memorial instituído pelo Pai. E fez lembrar que Ele veio para que as Escrituras se cumprissem, sem a eliminação nem sequer de um til delas.

3- A ressurreição de Jesus Cristo, advento-mor da cristandade, não autoriza (pelo menos de forma expressa e inequívoca, na Bíblia) a troca do sábado pelo domingo. Não houve uma mensagem direta, clara e precisa, nesse sentido. E uma vez que tal assunto - pelo menos a mim me parece – é de substancial relevância, não haveria de ser enunciado pelos apóstolos? Repiso: a troca do sábado pelo domingo não foi anunciada (como deveria ser, caso fosse ordenada por Jesus Cristo ressurreto) pelos evangelhos. Portanto, posso concluir que está o domingo mais próximo da doutrina dos homens e de seus costumes, do que o sábado...

    O período da graça - introduzido pela ressurreição - implica que nossos pecados, doravante, são perdoados pelo sangue redentor do Cordeiro advindo dos Céus. Isso não significa que a Lei foi abolida em seus propósitos, porém que suas infrações encontram remédio no reconhecimento e no arrependimento dos pecadores, submissos à Cruz. A salvação humana não está mais na tentativa de ser fiel à Lei (ainda a ser almejada, pelo menos em seus princípios de obediência, comunhão e santidade), mas no perdão ofertado por Jesus Cristo, aos que tentam cumpri-la e falham. Portanto, não por mérito próprio do homem, mas pela graça ofertada por Deus.
    Vale dizer, os dois principais mandamentos deixados por Jesus Cristo - amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo - são uma apoteótica sinopse dos dez mandamentos erigidos pelo Pai. Contudo, não são uma revogação aos princípios anteriores. Senão, vejamos: todo aquele que cumpre aos dois mandamentos do Salvador, estará cumprindo com os dez descritos no Antigo Testamento. Entrementes, nem todo aquele que cumpre com esses dez estará cumprindo, plenamente, com os dois do Novo Testamento.

    No tocante ao sábado, vez que inexistiu uma expressa ordenança de substituição para o domingo, parece-me que o mais prudente a ser feito é mantê-lo vigente, ainda que de maneira um tanto diferente da aplicada, originalmente, às tribos mosaicas (quando, por exemplo, era vedado até mesmo o uso do fogo).
    Ainda assim, aos que buscam alegações favoráveis ao domingo, há diversos alvitres nesse sentido. Na internet, podemos encontrá-los em espaços como este: http://www.igrejabiblicacrista.com.br/pregacao/?page=estudos.php&id_texto=2048

    Confesso que não estou convicto sobre nenhum dos posicionamentos. Continuo, pois, a orar a Deus para que me oriente, também nesse aspecto. Respeito as divergências e mantenho o parecer de que o assunto é complexo e palpitante. É válida, com efeito, sua análise conjunta, gradual e minuciosa.
                                                                                                                                                       C.O.G.

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