"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

FIQUE LIGADO (mas não em certos programas...)

   Recentemente, alguns canais da televisão pátria estão veiculando – de forma inédita, ainda que comedida – algumas produções artísticas de natureza evangélica. Com uma exposição inusitada, o "mainstream" parece contemplar também a atenção dos crentes, fato que, como em quase tudo na vida, pode ser bom ou ruim...

  De início, necessário reconhecermos que essa mídia está precipuamente interessada em lograr proveito comercial, na "onda gospel" (no Brasil, o credo protestante foi o que mais cresceu, nesta década). Logo, a exemplo do que ocorreu com certos modismos sazonais (v.g., samba, rock, lambada, axé, sertanejo, etc.), os meios de comunicação em massa "pegam carona" no gosto popular do momento, em associação ao sucesso de uma personalidade ou produto – descartável, amiúde.

  Nessa esteira, instado por irmãos locais, sobre qual o meu alvitre acerca dessa "parceria insólita", pondero que, naturalmente, é de causar certa desconfiança a participação discreta de cantores e músicos crentes, em um meio tradicionalmente compromissado com as preferências mundanas. Grosso modo, fica aquela impressão de luz e trevas de mãos dadas, no escopo de atrair a plateia brasileira. Contudo, há que se abrigar a ressalva seguinte.

  Se renomados artistas evangélicos são convidados, por algumas rádios e televisões populares, a apresentar suas composições, sem muito espaço para que testemunhem os efeitos da Palavra de Deus e da obediência fiel aos mandamentos de Jesus Cristo, então realmente a situação se revela temerária. Mais ainda, quando essa mídia atrai a atenção do povo crente para a sua programação global (leia-se infernal, na maioria das vezes). Porquanto o efeito desejado pelos missionários-artistas deve ser exatamente o oposto: que venham para a luz da verdade os milhares de espectadores perdidos, contaminados por um mutualismo ou retroalimentação do mal.

  Em outras palavras, portanto, vale dizer que quem já está salvo não deve acompanhar as atrações das trevas, que por mercancia ora recepcionam também os representantes da luz. De outra banda, devem esses emissários agir com cautela, tendo em vista os reflexos de suas concessões para poderem adentrar em terreno tomado pelo inimigo (dimensão espiritual). Enalteço a premissa de que um santo ao visitar um antro não está aprovando, necessariamente, a índole ou a conduta do seu anfitrião. (Assim como fizeram os apóstolos, em imitação ao próprio Cristo, militarão os santos em redutos do pecado somente quando em condições para resgatar os pecadores.)
 
Obs.: Interessante observamos a absorção de gêneros e estilos, no embate cultural-religioso. Ray Charles causou impacto ao transladar, do nicho sacro-"gospel", elementos musicais até então restritos aos louvores. Sua secularização de hinos provocou nada menos que a revolução do "soul" jazzista americano. Em contrapartida, hodiernamente são mais evidentes as diversas variações dos louvores, nas igrejas protestantes (do rock e reggae ao regionalismo).

Para reflexão, nas palavras de FREI BETO: "Não haveria narcotraficantes se não houvesse viciados com seus corações esburacados pela ausência de afeto, de perspectivas, de realização profissional e, com suas mentes atrofiadas pela falta de qualidade no ensino, de livros acessíveis ao bolso e de educação artística. Mas, quando o governo de um país sonega verbas necessárias à educação, paga mal os professores, não exige que a TV - uma concessão pública - contribua para elevar o nível cultural da nação, como estranhar que numa geração deserdada não sejam nítidos os limites entre polícia e bandido, corrupto e profissional realizado, direito à vida e risco de morte?"