"NINGUÉM ESTÁ LIVRE DOS DEVANEIOS DE SUA ARTE,
OU DA CHINELADA DA LUCIDEZ ALHEIA." Cleberton O. Garmatz

"Estranhos dias os que vivemos, em que para se destacar em uma área, as pessoas se tornam imbecis nas demais." Cleberton
(Ai dos meus pares, que continuam medíocres em 100% delas...)
Também desenvolvo esta página eletrônica:
http://progfogosanto.blogspot.com.br
http://portalipr.wordpress.com

LIVRO 300 LEITORES

Adquira o meu lançamento 300 LEITORES, livro digital ("e-book") distribuído pela LIVRARIA SARAIVA, em http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4984268


Vídeo promocional:
http://youtu.be/euoavPMK-d8



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Este velho campo de batalha chamado ALMA

O Leviatã


Quando vier o monstro (ah, e ele virá, fique certo disso, jovem)

Sua sombra gigantesca te assombrará

Seu hálito será ventania esmagadora

Anunciando o fim do teu aprendizado

Enfim curvarás teu corpo cansado

No apoio da espada cravada em vasto prélio

Clamarás em lágrimas ao teu Deus

Pois os dias serão mais escuros e frios

E a memória dos teus feitos não será motivo de orgulho

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Digressão Febril em Dias Cinzentos

     Este ensaio aporético limita-se a um comedido desabafo, pareceu-me. Ou menos ainda, como exercício inaudito de parrésia, palavra grega que abrange o conceito de uma verdade inconveniente, sinceridade ousada e constrangedora. Logo, não se trata de externar um pensamento ou crítica, tão somente, mas fazê-lo com risco pessoal, prevendo-se o desagrado da pessoa advertida.

     Para o pensador Foucault, a parrésia é uma forma de admoestação tanto para outrem quanto a si mesmo, todavia quando nos encontramos em uma posição de inferioridade em relação ao interlocutor. Vem “de baixo” e se dirige a quem está “em cima”; quando um cidadão desconfortavelmente critica a maioria, quando um aluno questiona - com sinceridade - a conduta do seu professor, então se verifica a parrésia. Plutarco, no século I, escreveu um livro intitulado “Como distinguir um adulador de um amigo”. O verdadeiro amigo é parrésico, fala a verdade, ainda que incomode ou doa. No entanto, nossa vaidade tende a tornar os nossos ouvidos moucos... Vanitas vanitatum.

     Por conseguinte, semelhante a quem registra suas impressões em um diário, hoje pondero sobre o desafio pessoal de conviver com as limitações coletivas, mormente no âmbito eclesiástico. Algo que, em princípio (e no meu íntimo), pode conter certo paradoxo, porquanto como poderia um enfermo buscar tratamento sem se isolar de outros enfermos? Certo, nosso médico é Jesus Cristo, que expressou a ordenança para amarmos uns aos outros. Para meu infortúnio, vislumbro - nesta ocasião em particular – aquela sensação embaraçosa de um hospital com quartos abarrotados, cheiro nauseabundo de diversos estropiados.

     Talvez essa aparente falta de assepsia esteja mais flagrante em mim mesmo, por minha ínfima paciência para com as falhas e bizarrices alheias. Minha hipocrisia, ou intolerância permeada pela estultícia? Saberei no futuro.

     Por ora eu reconheço, desconcertado, que menor afinidade (leia-se comunhão) tenho hoje com as igrejas às quais congrego ou visito. Percebo, pois, algumas condutas de difícil absorção (provavelmente, devido à minha própria imaturidade espiritual). De qualquer sorte, denuncio certa angústia, quando tento relevar cenas de ociosidade, gula, proselitismo, etc., entre irmãos na fé (oscilantes em meu coração, lamento em reconhecer). Para agravar, de minha parte prepondera uma resistência a homilias recentes, consideradas abstratas ou generalizadas em sua apologia. Há que se construir releituras! Pois a Palavra não é estanque código moral-religioso, porém é viva e interativa. Necessário, pois, confrontá-la com a realidade empírica da comunidade. Renovação! Renovação!  Ecce nova facio omnia.

  ( Enfim, reconheço que lideranças e membros religiosos não necessitam ser modelos de perfeição cristã, entrementes, deveriam ser prolíferos em exemplos edificantes, de maneira a orientar e estimular aos demais, pela graça e produtividade - como inspiração terrena aos seus próximos! E os seus frutos,  SUAS OBRAS PELO ESPÍRITO deveriam ser perceptíveis na comunidade.  Com efeito, se encontro dificuldades para um referencial humano, talvez o problema esteja comigo mesmo -pelo nível de exigência e falta de compreensão.  Com humildade e franqueza, peço ao Senhor Jesus Cristo para que desfaça esse sentimento desagradável em meu peito. )
 ( Ainda guardo a gratidão, pelas diversas vezes em que aprendi com pessoas tementes a Deus. Pelas ocasiões em que fui auxiliado e que compartilhei gestos de amizade com alguém que, como eu, é humanamente falível. ... Por que, então, hoje me sinto assim avesso e decepcionado? )